top of page

Acordeões Todeschini

A história da Acordeões Todeschini se relaciona com a história do casal de imigrantes italianos, Cesare Appiani e Maria Savoia, vindos no início da colonização. Maria era filha de um fabricante de acordeões populares na Europa, dessa forma, começou a produzir o instrumento artesanalmente, junto a seu marido, em Santa Tereza (na época distrito de Bento Gonçalves).


Nesse período, no interior da cidade, havia uma oficina para manutenção de objetos diversos, como joias, relógios, motores e também gaitas. Lá trabalhavam o proprietário do estabelecimento Luigi Somenzi, seu sobrinho Arcibaldo Somenzi e seu vizinho Luiz Matheus Todeschini.


Há indícios de que, em determinado momento, Luiz Matheus Todeschini entrou em contato com o casal Appiani e Savoia, com quem compreendeu melhor o ofício da montagem artesanal de gaitas.

 

Em 1930, Luigi faleceu e Luiz Matheus comprou sua empresa, a denominando “Grande Fábrica de Instrumentos Musicais a Foles de Luiz M. Todeschini". A fábrica cresceu consideravelmente nos anos seguintes, portanto foi adquirido o prédio de uma antiga cantina desativada na Rua 10 de Novembro. 


Nos anos 50, a empresa possuía maquinário europeu e chegou a produzir mensalmente 1.500 instrumentos, incluindo gaitas e harmônios (instrumentos similares ao órgão). Nos anos 1960, começaram a ser realizadas exportações para o Chile, Argentina, Estados Unidos e México. Devido a sua consolidação, a marca americana Hohner passou a encomendar gaitas Todeschini para serem vendidas como “Hohner” nos Estados Unidos, a exemplo do modelo Carmen IV. 

Entre 1967 e 1968, as vendas decresceram devido à chegada dos instrumentos elétricos no mercado nacional, como a guitarra e o contrabaixo. Em uma tentativa de se manter ativa, começaram a produzir também cozinhas, luminárias, caixas para camping, dentre outros artigos. 


Em 1971, a empresa passou por um incêndio que consumiu grande parte da matéria-prima e posteriormente implicou na interrupção da produção de gaitas, focando somente no setor moveleiro até hoje em dia. A parte frontal do prédio foi demolida e atualmente abriga um mercado.

A Acordeões Todeschini chegou a ser a maior produtora de gaitas da América Latina e artistas nacionais renomados como Luiz Gonzaga tinham preferência pela marca.  O artista chegou a compor a música "Garota Todeschini", do álbum "Óia eu aqui de novo", em homenagem a seu instrumento.

Fontes:

CÂMARA MUNICIPAL DE BENTO GONÇALVES, 2014. Disponível em <http://sapl.camarabento.rs.gov.br/media/sapl/public/materialegislativa/2014/6510/6510_texto_integral.pdf>.

DE PARIS, Assunta. Memórias: Bento Gonçalves - RS - Fundamentação Histórica - Bento Gonçalves: Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves: Arquivo Histórico Municipal. 2.ed. 2006.

THIESEN, Roberto. ASPECTOS SIMBÓLICOS DO USO DO ACORDEÃO NA MÚSICA FANDANGUEIRA DO RIO GRANDE DO SUL. 2009. 255 f. Tese (Doutorado) - Curso de Música, Universidade Federal da Bahia Escola de Música, Salvador, 2009. Disponível em: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12681.

bottom of page