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Estação da Maria Fumaça

No início da colonização, para se fazer o escoamento de produtos comerciais até a capital do estado, eram utilizados animais cargueiros ou veículos primitivos. O percurso era terrestre até São João de Montenegro, e então seguia fluvialmente. Em 1910, chegou a Carlos Barbosa, município vizinho de Bento Gonçalves, a via férrea, o que facilitou esse processo. 

 

Entretanto, para Bento Gonçalves ainda havia um percurso de 20 quilômetros até a estação ferroviária. Além disso, o cenário econômico no período se caracterizava pelo aumento da população e maior demanda por produtos, o que fez com que tropeiros e cargueiros, fossem gradualmente substituídos por casas comerciais como cafés, oficinas, armazéns de secos e molhados, dentre outras.  Ainda, as estradas eram precárias, dificultando o acesso a esses estabelecimentos para quem estivesse distante dos núcleos populacionais.

 

Portanto, os comerciantes e moradores se uniram em prol de seus interesses, fundando em 1914 a Associação Comercial, por meio da qual reivindicaram um ramal ferroviário até Bento Gonçalves. O governo estadual reconheceu as exigências e em 1919 inaugurou a tão esperada extensão ferroviária, ligada às cidades de Garibaldi e Carlos Barbosa.

 

Sua construção propiciou um grande desenvolvimento na região, culminando na implantação de moradias para os construtores das estradas de ferro, oriundos de outras cidades. Dentre esses construtores, há registros dos primeiros negros na localidade, que se estabeleceram principalmente no bairro Cidade Alta.

 

Em 1943, a fim de estender a ferrovia, foi instalado o 1º Batalhão Ferroviário, que trouxe outra leva de migrantes, pois muitas famílias de ferroviários se mudaram para a cidade. O batalhão operava no Rio Grande do Sul desde 1889, sob outras denominações, e ficou em Bento Gonçalves até 1971. 

 

A partir de 1978, o trem passou a operar turisticamente de Carlos Barbosa à Jaboticaba, sob domínio da  Rede Ferroviária Federal S/A. Desde 1992, mantém-se o trecho Carlos Barbosa-Garibaldi-Bento Gonçalves pela Giordani Turismo. 

 

Fontes:

A PÁGINA ESQUECIDA DA HISTÓRIA DE BENTO. Bento Gonçalves, 17 nov. 2018. Disponível em: https://jornalsemanario.com.br/a-pagina-esquecida-da-historia-de-bento/.

BATALHÃO INAUGURA MEMORIAL EM HOMENAGEM AO 1° BATALHÃO FERROVIÁRIO. Bento Gonçalves, 14 nov. 2018. Disponível em: https://www.eb.mil.br/web/noticias/noticiario-do-exercito/-/asset_publisher/MjaG93KcunQI/content/6-batalhao-de-comunicacoes-inaugura-memorial-em-homenagem-ao-1-batalhao-ferroviario/8357041. 

 

CAPRARA, Bernardete Schiavo; LUCHESE, Terciane Ângela. Da Colônia Dona Isabel ao Município de Bento Gonçalves 1875 a 1930 - Bento Gonçalves: VISOGRAF; Porto Alegre: CORAG - Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas, 2005.

DE PARIS, Assunta. ZARDO, Maria de Fátima Dill Silveira. A trajetória do comércio de Bento Gonçalves. 1997.

 

ESTAÇÃO FÉRREA DE BENTO GONÇALVES COMPLETA 100 ANOS. Bento Gonçalves, 08 ago. 2019. Disponível em: https://jornalsemanario.com.br/estacao-ferrea-de-bento-goncalves-completa-100-anos/.

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