top of page

Santuário Santo Antônio

A  religião era essencial para os imigrantes devido ao cenário de adversidades em que se encontravam, às tradições trazidas de seu país e por permitir a sociabilização e manifestação cultural. Assim, a primeira missa foi celebrada em 1876, pelo Padre Bartolomeu Tiecher. No fim do mesmo ano, foi erguida uma capela em madeira, com o auxílio dos imigrantes.

Em 1877, a capela foi substituída por outra em tijolos e pedras. No ano seguinte, foi celebrada a 1ª Festa em Honra ao Padroeiro Santo Antônio de Pádua, santo escolhido graças a sua devoção pelos italianos.

 

No ano de 1884, foi reconhecida por ereção canônica, o que a elevou à categoria de Igreja Matriz Santo Antônio.  Em 1890, começou a ser construída a edificação que se mantém até hoje, com o apoio da comunidade por meio de recursos financeiros e mão de obra. 

A partir de 1912, sob coordenação do Padre Domingos Henrique Poggi, começou a circular o primeiro jornal da comunidade, “I’ll Corriere D’Itália”, a fim de difundir informações religiosas e paroquiais. Em 1996, foi substituído pelo jornal “Boa Notícia”.

Na década de 1920, a igreja começou a ser ampliada, caracterizando a arquitetura tal qual atualmente: estilo eclético, três nichos frontais com as imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora das Graças e São Francisco de Assis e, acima da porta central, a representação do “olho da providência”, simbolizando a Santíssima Trindade. 

Em 1933, foi inaugurada a atual torre do campanário, abrigando quatro sinos da fábrica de Pietro Cobalchini, na Itália.  Eles pesam 1000kg, 800kg, 500kg e 300kg e seus nomes foram registrados como Isabel, Antônio, Maria e José.  Sua estrutura possui três placas externas que homenageiam o engenheiro que projetou a torre, João Batista Pianca; o bispo Dom João Batista Becker, que celebrou sua inauguração, e o padre Antônio Zattéra, que conquistou o apoio popular no processo da construção.  No alto da torre está um relógio, que desde 1933, é declarado como patrimônio de utilidade pública.

Em 1934, a instituição teve grau elevado de Matriz para Santuário Diocesano de Santo Antônio. Em 1944, o artista plástico Ângelo Lazzarini, começou a realizar as pinturas murais internas, com o apoio da comunidade. O nome dos contribuintes está presente abaixo das pinturas murais, dos vitrais e das pinturas decorativas.

Em 2007, o Santuário foi tombado como patrimônio histórico do município e se iniciaram procedimentos de restauro de sua arquitetura. Ao longo do processo, foi encontrada uma reprodução da Imaculada Conceição das Graças no teto da nave central, datada de 1912, pintada por Paolo Balestreri.

 

A igreja participou da consolidação da comunidade desde a vinda dos imigrantes, contribuindo em diferentes setores. Isso é percebido a partir da criação do Círculo Operário Bento-gonçalvense, em 1937, e da acolhida às Irmãs Pastorinhas, em 1953, que prestavam amparo assistencial à população. Também possui significativa influência no desenvolvimento educacional e social de Bento Gonçalves, já que mediou a vinda das Irmãs de São Carlos de Borromeo, em 1915, para instalarem o Colégio Scalabriniano Medianeira, e também participou do processo de vinda dos Irmãos Maristas, que fundaram o Colégio Marista Aparecida, em 1940.  

 

Fontes:

BIGOLIN, Izidoro; MAZZOTTI, Fabiano. Amém, Bento Gonçalves: Igrejas e Capelas desta terra.  Bento Gonçalves, 2012. 120 p.

Depois de sete anos em obras, Santuário Diocesano de Santo Antônio, em Bento, é entregue à comunidade. Pioneiro. Bento Gonçalves. 30 maio 2014. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/pioneiro/geral/noticia/2014/05/depois-de-sete-anos-em-obras-santuario-diocesano-de-santo-antonio-em-bento-e-entregue-a-comunidade-4512864.html. 

Santuário Santo Antônio completa 85 anos. Integração. Bento Gonçalves, p.2-5. Disponível em: https://www.integracaodaserra.com.br/edicoes_anteriores/pdfs/edicao222.pdf. 

 

bottom of page