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Largo da Cruzinha

Anteriormente a sua criação em 1870, a Colônia Dona Isabel era conhecida como “Região da Cruzinha”, devido a uma cruz de madeira, cravada sobre uma sepultura. Há hipóteses de que o sepultado fosse:

  1. um tropeiro, já que a região era local de passagem para carga de produtos entre Vacaria e Montenegro ou Porto Alegre;

  2. um traçador de lotes coloniais; 

  3. um imigrante alemão que fazia parte de uma companhia de traçadores de estradas.

 

A primeira hipótese remete a atividade econômica, denominada tropeirismo, comum desde o fim do século XVII até início do século XX. Se caracterizava pelo transporte de produtos, de uma região à outra do país, por meio de animais cargueiros guiados por homens.

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​Os outros apontamentos dizem respeito aos profissionais enviados pelo Império, a partir de 1850, que mediam e demarcavam lotes e estradas, a fim de prepará-los para a chegada dos imigrantes. Esse processo se iniciou com a implantação da Lei de Terras, no mesmo ano, sucedida por decretos da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, que deliberavam a venda de terrenos para o preenchimento de espaços devolutos no território nacional. Assim, cabia ao Império demarcar os locais desocupados e quais seriam seus fins (utilização pública, fundação de povoações, aberturas de estradas).

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Originalmente, a cruz estava em um terreno baldio, debaixo de uma espinheira, em frente ao lote nº. 15, de propriedade de Mateus Valduga. Atualmente, esse espaço corresponderia à região da Praça Dr. Walter Galassi, do Edifício Adelina Ruga e do Banco Banrisul.

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Sob gestão do intendente João Baptista Pianca, foi inaugurado o Largo da Cruzinha em 1926, espaço ao lado da Igreja Santo Antônio, onde foi instalada simbolicamente uma cruz em concreto. Posteriormente, com administração do prefeito Sadi Fialho Fagundes, entre os anos de 1969 e 1973, foi transferida para a frente da igreja. Em setembro de 2020, foi realocada para o lado do Santuário.

 

Fontes:

 

BISPO, Thamires. Monumentos: histórias importantes de Bento Gonçalves retratadas na cidade. Semanário. Bento Gonçalves, p. 1-2. out. 2020. Disponível em: <https://jornalsemanario.com.br/monumentos-historias-importantes-de-bento-goncalves-retratadas-na-cidade/>.

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BRASIL. Lei 601, de 18 de setembro de 1850. Dispõe sobre as terras devolutas do Império. Disponível em: <www.planalto.gov.br/CCIVIL/Leis/L0601-1850.htm>.

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CAPRARA, Bernardete Schiavo; LUCHESE, Terciane Ângela. Da Colônia Dona Isabel ao Município de Bento Gonçalves 1875 a 1930 - Bento Gonçalves: VISOGRAF; Porto Alegre: CORAG - Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas, 2005. 

 

CAXIAS DO SUL. Dossiê Interpretativo: Romaria de Nossa Senhora de Caravaggio. Caxias do Sul, 2016. [Bem Cultural de Natureza Imaterial de Caxias do Sul].  

 

LORENZONI, Júlio. Memórias de um imigrante italiano. Tradução de Armida Lorenzoni Parreira, prefácio e notas de Itálico Marcon. Porto Alegre: Sulina, 1975.

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